(Re)Organização territorial no cerrado piauiense

BARBOSA, Anésia Maria Fonsêca. (Re)Organização territorial no cerrado piauiense. Dissertação (mestrado) – UFPI, 2009.

Para baixar a dissertação, utilize o link: repositorio.ufpi.br/xmlui/bitstream/handle/123456789/46/Dissertação.pdf?sequence=1

RESUMO:

A expansão da fronteira agrícola é histórica no Brasil, pois desde a colonização implantaramse grandes projetos agrícolas para exportação. Assim, para incentivar as transformações urbanas, industriais e agrícolas a partir da década de 1950, o Governo Federal instituiu políticas que visavam à integração nacional, como a inserção dos cerrados brasileiros em função das grandes extensões de terras planas desocupadas e a necessidade de equilibrar o balanço de pagamentos. Nessa perspectiva, nos anos de 1970, este contexto aliado aos baixos preços das terras e da mão-de-obra local, à favorabilidade das terras para a mecanização, aos incentivos fiscais e financeiros concedidos pelos Governos Federal e Estadual, despertou o interesse de grupos empresariais do Centro-Sul do país para instalar-se, inicialmente, com projetos de reflorestamento e, posteriormente, de produção de grãos, no cerrado piauiense e, particularmente, no município de Uruçuí, que atualmente é o maior produtor de soja do Estado. Diante desse cenário questionou-se, como o agronegócio de grãos em implementação em Uruçuí provocou a (re)produção do espaço rural/urbano? Para a efetivação do estudo analisou-se a implantação dos projetos produtores de grãos, em particular, soja, os quais formam os gestores do processo de reorganização territorial e ambiental em Uruçuí, a partir dos anos de 1990. Para tanto, fez-se necessário discorrer sobre as concepções de espaço, território e territorialidade, analisar as dimensões de desenvolvimento sustentável local, caracterizar os agentes econômicos que estimularam as mudanças e a interdependência dos espaços rural e urbano, bem como identificar as consequências ambientais resultantes da reorganização espacial, social e ambiental no município sob apreciação. Nesse sentido, fizeram-se levantamento bibliográfico, documental e pesquisa de campo junto a 342 representantes de diversos segmentos sociais, como moradores e comerciantes da cidade, residentes em assentamentos e povoados na zona rural e, representantes de projetos graníferos, por meio de entrevistas e questionários, registro fotográfico, diário de campo com vistas a analisar os impactos econômicos, espaciais e ambientais no município. No entanto, através da pesquisa, constatou-se que a instalação dos projetos agrícolas em Uruçuí foi determinante para a reestruturação dos espaços urbano e rural, com a finalidade de atender as necessidades e interesses dos produtores agrícolas, a qual redundou em novos arranjos territoriais, como a modificação do espaço rural com o predomínio das grandes lavouras de soja, milho e arroz e, na área urbana, derivado do crescimento horizontal da cidade com a criação de condomínios fechados para funcionários da Bunge Alimentos e o surgimento de terrenos destinados a loteamentos afastados da zona urbana acerca de 9 (nove) km, na região denominada de Novo Uruçuí.

 

 

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