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Fogoso (bairro de Uruçuí) – por Idenilson dos Santos Pereira e João Paulo Mota dos Santos

Fogoso: nascente dos musico e jogadores

É o bairro que teve uma iniciativa da cultura da música em Uruçuí. Seu João e o Ricardo, que tocavam cavaquinho, eram responsáveis por um grupo montaram. Eles começaram com um cavaquinho e batendo em varias latas, ensaiavam de baixo de um pé de manga em cima do morro, onde Idenílson era criança e chegou a tocar, e se destacaram na cidade no carnaval com um som de swing. Quando estavam conquistando o público da cidade, Ricardo faleceu, e Claudete, que era o vocalista, foi embora, e a banda terminou se acabando.

Não só músicos nasceram no bairro, mas também sonhos de pessoas de serem grandes jogadores. Tinha somente um campo de futebol no bairro, mas não desistiam do sonho que, dali, saíram jogadores profissionais, como os irmão de Glaciela que ainda hoje trabalham com o futebol uruçuiense, e que conseguiram colocar um sobrinho em time profissional em que hoje joga na coreia do sul mas já passou pelo Corinthians.

De acordo com a entrevista dada pelo morador de Uruçuí, seu Alcides, antigamente não havia ruas por onde passar, pois havia uma tremenda vegetação. O mesmo conta que gostava muito de cachaça, porém, na época havia dificuldades para encontrar. Então, para substituir a cachaça, seu Alcides comprava álcool. Conta também que, para comprar, tinha que caminhar muito, seguindo assim um trilho, pois não havia estradas. Além disso, seu Alcides conta que a história da zona urbana do município de Uruçuí mudou completamente. É tanto que, entre os anos de 1892 e 1902, o povoado já era algo visível e crescente.

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Alto Bonito (bairro de Uruçuí). Entrevista de Agda Pereira de Sousa concedida a Gilbertina Pereira de Sousa

Este bairro tem aproximadamente 12 a 13 anos, ou seja, não tem muita coisa pra contar. Antes era uma mata, só tinha caminho de tatu e de animais etc. Então surgiu uma ideia de invasão com as pessoas que não tinham casa pra morar, e foi ai que começaram as invasões: todas as pessoas que ali estavam. Cada um conseguiu um lugarzinho pra fazer suas moradias.

Aos poucos começaram as construções de suas casas e ruas, algumas com calçamento, outras não. Agora o bairro está bem crescido e já tem bastante casas, comércio, bares, açougue, frutaria etc.

Outra coisa que achei interessante foi uma panela em cima de três perdas:

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Ainda existem pessoas aqui nesse bairro que não tem fogão, ou seja, se viram de qualquer jeito, formando esse tipo de “trempe”, como eles chamam. É muito bom fazer comida nesse tipo de fogão, que serve para carvão e a lenha. Na casa de minha mãe tem um deste jeito.

Outra coisa interessante que tem em minha casa: dois potes onde meu pai só bebe água neles. De geladeira nem pensar! Diz que não mata a sede dele, ou seja, só água de pote mesmo.

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A bairro é muito pequeno, mas com o tempo ele vai se desenvolvendo, acho que com uma boa gestão ele vai crescendo de maneira razoável, espero.

Aqui neste bairro precisa-se de muita coisa para ficar melhor, por exemplo: saneamento básico, esgoto, calçamento, uma boa iluminação pública e uma administração adequada.

 

ENTREVISTA DE AGDA PEREIRA DE SOUSA

Gilbertina: Como chegou? De onde veio?

Agda: Viemos da zona rural. Morávamos lá em terras alheias, eu e meu velho estávamos muito velhos, ai resolvemos morar na cidade mais próxima dos nossos filhos. Falamos com o dono da terra que iriamos mudar. Certo dia arrumamos nossas coisas e fomos embora para a cidade.

G: Quais foram as dificuldades no trajeto, na chegada e com a mudança?

A: Nossa! Quando chegamos na cidade, tudo diferente! Um corre-corre das pessoas, o barulho de carro, de motos, enfim… aquela zuada. Ai falei pro meu veim: “que diferença né, veio, do campo onde nós vivia? Pois é, mas vamos acostumar com essas coisas”.

G: Quantos e quais vieram ou já viviam aqui?

A: Só eu e meu esposo ,os nossos filhos já viviam na cidade.

G: O bairro já existia? Se não, o que tinha?

A: Já existia sim. Tinha pouca casa e também um mini-mercado, açougue e dois bares.

G: O que mudou?

A: Algumas coisas. Aumentaram as casa, os comércios, os bares, os açougues, e colocaram calçamento em algumas ruas.

G: Melhorou ou piorou? E quando?

A: Melhorou um pouco em relação ao convívio e também em relaçao ao bairro. Cresceu mais, ou seja, a cada dia tá diferente. Nao tinha coleta de lixo, mas agora tem. Já tem farmácia, padaria e escola.

G: Se pudesse voltar no tempo, você viria de novo?

A: Sim, porque é uma coisa nova e também um rumo de vida diferente, apesar de estarmos bem em nossa casa. Faria tudo novamente. Aqui na cidade e bem melhor principalmente pra nós que já estamos velhos. As coisa são mais fáceis de se arrumar, claro, apesar de tudo ser na base da compra.

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